Ainsworth

A experiência de Ainsworth – Situação Estranha

 A situação estranha é o nome dado à experiência de Mary Ainsworth. Esta experiência consistia em sete episódios, todos eles descritivos sobre a relação de vinculação existente entre mãe e bebé. Ainsworth e outros colegas apoiantes da teoria da vinculação acreditam que o comportamento na Situação Estranha reflecte características estáveis, pelo menos durante os primeiros anos de vida Eles sugerem que por vezes, podemos utilizar o comportamento da criança nesta situação para prever como ela (criança), irá reagir ou comportar-se perante as mais diversas situações que possam aparecer na sua vida. Podemos verificar esta veracidade porque, as crianças classificadas aos quinze meses de idade, na Situação Estranha, como tendo uma vinculação segura, foram consideradas, aos três anos, como crianças mais extrovertidas, populares e adaptadas na creche. A Situação Estranha é um processo experimental o qual sujeita a criança a uma série de ligeiras situações de tensão.

 

A experiência: Este processo consiste em sete episódios, os quais ocorrem numa sala desconhecida dando oportunidade aos observadores de analisar de uma forma quase descritiva o comportamento da criança, quando esta se encontra sozinha, na  companhia da sua mãe, e com um estranho.

A descrição desta experiência é a seguinte, no primeiro episódio, a criança é levada para uma sala desconhecida, onde há muitos brinquedos, dando a oportunidade à criança,  de explorar o meio ambiente e brincar, na presença da mãe, sem esta intervir. O segundo episódio, intervém, a mãe, a criança e o estranho. A situação surge com a entrada do estranho na sala, no início silencioso, falando depois com a mãe e finalmente aproximando-se da criança para brincar. A terceira situação, é realizada somente entre o estranho e a criança. A mãe sai da sala, ficando a criança sozinha com o estranho. A quarta situação é entre a mãe e a criança. Passados alguns minutos, a mãe volta a entrar na sala e o estranho sai, esta quando entra compõe logo a criança. No quinto episódio, a criança é o principal interveniente. A mãe sai da sala, deixando-o só. O sexto episódio intervém a criança e o estranho. O estranho entra na sala e interage com a criança. Por fim a última situação, é o sétimo episódio é entre a mãe e a criança. A mãe regressa e compõe a criança, e o estranho sai da sala. Através da observação destes episódios o investigador, vai constatar que o comportamento dos bebés de um ano, é divergente, ou seja, consoante o tipo de vinculação que estabeleceram com a sua mãe, vão reagir às diferentes situações apresentadas.

 

 As crianças, ditas “firmemente vinculadas”, ou seja com vinculação segura, exploram, brincam, com os brinquedos, aproximando-se com cuidado do estranho, ainda que na presença da mãe. Esta revela assim um moderado nível de proximidade na procura da mãe, porque podemos perceber isso, quando a mãe sai, e a criança fica um pouco perturbada mas fica feliz e entusiasmada com o seu regresso.

Algumas crianças, ao contrário das primeiras acima mencionadas, não exploram a sala, na presença da mãe, ficando extremamente assustadas e até mesmo em pânico, quando a sua mãe sai da sala, e quando esta regressa a criança reage com uma certa ambivalência emocional, ao mesmo tempo que quer que a mãe lhe pegue ao colo, esta “luta” com alguma agressividade para ir de novo para o chão. Este padrão de comportamento é observável nas crianças “ansiosas/ resistentes”, sinal de um tipo de vinculação insegura resistente, porque podemos observar que a criança fica perturbada com a separação da mãe, é muito difícil de acalmar, porque esta procura conforto e ao mesmo tempo resiste.

Outras crianças adoptam uma postura distante e afastada, como se nada lhe importasse, porque mostra uma certa indiferença no reencontro com a mãe após a separação, esta criança não fica muito perturbada com a presença do estranho. A criança evita a todo o custo o contacto com a mãe. Trata-se de uma vinculação insegura evasiva. Esta situação é vista quando uma criança, é retirada aos pais pela protecção de menores visto que corre riscos de vida, porque é deixada ao abandono, ou passa fome. A criança por vezes mostra mais afecto pelo estranho do que pela mãe ou pai, é como se soubesse que lhe estavam a salvar.

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